Homem de indisfarçável inteligência e extraordinária cultura, Álvaro Valle sempre dedicou o melhor de suas inúmeras qualidades ao ofício de servir ao Brasil com o mais elevado espírito público.
As dependências da ONU, da OEA, da OIT, do escritório do Brasil em Nova Iorque, além dos consulados do Brasil na Argentina, Suécia, e Embaixadas do Brasil nos Estados Unidos e França, constam como alguns dos endereços por onde as qualidades de Álvaro Valle foram reconhecidas em sua agenda diplomática.
A inquieta vocação para o cumprimento do dever cívico, no entanto, interrompeu a carreira diplomática de Valle que, a esta altura dos anos 70, não se conformava com as notícias sobre a queda do nível do ensino brasileiro.
Muito antes de virar moda e palavra fácil no discurso de políticos, a Educação para Álvaro Valle era o passaporte do Brasil para o futuro. "Sem uma Educação libertadora, o cidadão não será capaz de uma análise crítica do mundo em que vive", costumava repetir.
Ícone da causa educacional, Álvaro Valle retomou sua trajetória política (iniciada pelo mandato de Deputado Estadual, 1962-1964, GB, UDN) para ser uma expressão política de forte presença no parlamento brasileiro (Deputado Estadual, 1971-1975, GB, ARENA; Deputado Federal, 1975-1979, RJ, ARENA; Deputado Federal, 1979-1983, RJ, ARENA; Deputado Federal (Constituinte), 1983-1987, RJ, PDS; Deputado Federal, 1987-1991, RJ, PL; Deputado Federal, 1991-1995, RJ, PL; Deputado Federal, 1995-1999, RJ, PL.).
Desde o retorno às atividades políticas - ou ao chamado "bom combate", como gostava de dizer -, Álvaro Valle era a voz que não se calava para os atentados cometidos contra a educação brasileira. Foi assim quando presidiu a Comissão de Educação e Cultura da Câmara. Foi assim a cada aula, palestra, voto ou pronunciamento.
O Brasil dos sonhos de Álvaro Valle teria de ser construído pela via da Educação. E esta edificação, para ele, estava condicionada à efetiva valorização do magistério e ao apoio integral às atividades do professor.