“Sou cristã, defendo a vida.
Mas o que está consagrado na lei, em caso de estupro e risco para a mãe, deve ser respeitado”, diz Flávia Arruda
Brasília - Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, na edição da última quarta-feira, 19, a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF), comentou a interrupção da gravidez de uma menina de 10 anos e disse ser a favor da vida, mas, que neste caso de estupro, a lei tem de ser respeitada.
Recentemente veio à tona a história de uma menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio, no Espírito Santo. Na última segunda-feira, 17, a justiça autorizou o aborto.
Ao ser questionada sobre qual crime seria mais grave; o estupro ou ter um bebê aos 10 anos fruto do mesmo, a liberal foi objetiva. “O crime é o estupro. O problema que tem de ser enfrentado é que, a cada quatro horas, uma menina entre 9 e 14 anos é estuprada no Brasil. Essa é a questão fundamental que tem de ser enfrentada. Como o Estado pode proteger essas crianças e quais as políticas públicas para combater esse crime hediondo. E a segunda violência contra aquela menina, ao condenar o aborto para evitar um parto que poderia matá-la?”, indagou.
Apesar de se tratar de um tema delicado para se tratar no âmbito político e social, tendo em vista as mais variadas opiniões, a parlamentar defendeu a bandeira cristã, mas, reconheceu que no caso da criança violentada desde os 6 anos de idade, a interrupção da gestação deve ser respeitada, pois está amparada por lei.
“Sou cristã, defendo a vida. Mas o que está consagrado na lei, em caso de estupro e risco para a mãe, deve ser respeitado. É um absurdo polarizar esse caso e ainda expor essa criança a uma segunda agressão. O aborto nesse caso está previsto no Código Penal. Há que se cumprir a lei, nesse caso salvando uma menina de 10 anos de idade”, alegou.
Ainda durante a entrevista, Flávia Arruda aproveitou para esclarecer em que situações o aborto é autorizado pela justiça, e questionou sobre a falta de respeito para com opiniões diversas em nosso País.
“A lei brasileira garante como direito a essa mulher nos casos de estupro, anencefalia e risco de morte para a mãe. Mas o foco da discussão está equivocado. O problema real a ser enfrentado é o abuso sexual contra crianças. O país caminha para uma radicalização em que ninguém respeita mais a opinião de quem pensa diferente. É um absurdo polarizar esse caso e ainda expor essa criança a uma segunda agressão. O aborto nesse caso está previsto no Código Penal. Há que se cumprir a lei, nesse caso salvando uma menina de 10 anos de idade”, finalizou a liberal.
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